quarta-feira, 19 de setembro de 2012

The child is grown


Meu alto nível de procrastinação me fez meditar sobre algo que me encanou.

Meus pensamentos atuais estão totalmente desalinhados com os passados.

Na infância, não me lembro ao bem o que eu pensava exatamente, mas os adultos que eu achava mais incríveis eram aqueles legais que me faziam rir, me entendiam, ou então fingiam que me entendiam, davam atenção ao que eu falava e não me tratavam como criança. Uma dessas pessoas era minha mãe. Minha mãe nunca ignorou algo que eu disse, que eu me lembre. Nunca disse ‘’isso é coisa de criança’’, para mim. Meus irmãos às vezes não davam muita importância para o que eu falava, mas muitas vezes eu nem percebia isso. Alguns tios me faziam rir, brincavam comigo, e me fazia sentir-me amada. Assim como os outros membros da família. Os pais dos amiguinhos também.

Quando ouvia conversas adultas, sempre gostava de participar e opinar. Era observadora, e sempre dizia para mim mesmo com quem eu concordava e com quem eu discordava.

Quando entrei na adolescência, comecei a mudar meu modo de pensar, o natural a acontecer.
Já na fase adulta, mudei ainda mais meu modo de pensar e ainda mais minhas atitudes. Em relação a tudo: estudos, futuro, dinheiro, relacionamento, amor, família, amigos, bebidas, entorpecentes.

A única coisa que continuou intacta foi meu gosto musical, e disso eu tenho orgulho. Mesmo ouvindo Xuxa durante a infância, eu também gostava de Beatles, quando minha mãe coloca para tocar, e sempre me repugnou os pagodes que minha irmã ouvia.

Atualmente, vejo que meus pensamentos e conceitos dos atos adultos vistos de quando eu era criança e adolescente, são bem mais certos do que eu tenho praticado.
Talvez pela pureza, pela inocência e pela falta de pratica da vida.

Imagino-me com uns 12 anos, vendo eu, agora, já na fase adulta, fazendo o que tenho feito, pensando o que tenho pensado, o que eu acharia de mim?

Acho que aos meus olhos de criança, me acharia um pouco chata, mas não tanto. Aos meus olhos de adolescente, por volta dos 12 anos, me acharia completamente burra. Sim, burra seria a palavra que me definiria. Burra em relação ao futuro, dinheiro, relacionamento, amor, família, amigos, bebidas e entorpecentes. Por outro lado admiraria meu lado acadêmico, por estar pelo menos tentando alguma porra.

Eu atual, visto como eu era como criança, orgulho-me e admiro-me. Visto como eu era quando adolescente, sinto um pouco de vergonha, pelas idiotices típicas desta fase, e ao mesmo tempo também sinto orgulho.
Mudei como todos mudam. Evoluí, eu acho, se para melhor, depende muito do ponto de vista.

Postado por Thami

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