Meu alto nível de procrastinação me fez meditar sobre algo
que me encanou.
Meus pensamentos atuais estão totalmente desalinhados com os
passados.
Na infância, não me lembro ao bem o que eu pensava
exatamente, mas os adultos que eu achava mais incríveis eram aqueles legais que
me faziam rir, me entendiam, ou então fingiam que me entendiam, davam atenção
ao que eu falava e não me tratavam como criança. Uma dessas pessoas era minha
mãe. Minha mãe nunca ignorou algo que eu disse, que eu me lembre. Nunca disse ‘’isso
é coisa de criança’’, para mim. Meus irmãos às vezes não davam muita importância
para o que eu falava, mas muitas vezes eu nem percebia isso. Alguns tios me
faziam rir, brincavam comigo, e me fazia sentir-me amada. Assim como os outros
membros da família. Os pais dos amiguinhos também.
Quando ouvia conversas adultas, sempre gostava de participar
e opinar. Era observadora, e sempre dizia para mim mesmo com quem eu concordava
e com quem eu discordava.
Quando entrei na adolescência, comecei a mudar meu modo de
pensar, o natural a acontecer.
Já na fase adulta, mudei ainda mais meu modo de pensar e
ainda mais minhas atitudes. Em relação a tudo: estudos, futuro, dinheiro,
relacionamento, amor, família, amigos, bebidas, entorpecentes.
A única coisa que continuou intacta foi meu gosto musical, e
disso eu tenho orgulho. Mesmo ouvindo Xuxa durante a infância, eu também
gostava de Beatles, quando minha mãe coloca para tocar, e sempre me repugnou os
pagodes que minha irmã ouvia.
Atualmente, vejo que meus pensamentos e conceitos dos atos adultos
vistos de quando eu era criança e adolescente, são bem mais certos do que eu
tenho praticado.
Talvez pela pureza, pela inocência e pela falta de pratica
da vida.
Imagino-me com uns 12 anos, vendo eu, agora, já na fase
adulta, fazendo o que tenho feito, pensando o que tenho pensado, o que eu
acharia de mim?
Acho que aos meus olhos de criança, me acharia um pouco
chata, mas não tanto. Aos meus olhos de adolescente, por volta dos 12 anos, me
acharia completamente burra. Sim, burra seria a palavra que me definiria. Burra
em relação ao futuro, dinheiro, relacionamento, amor, família, amigos, bebidas
e entorpecentes. Por outro lado admiraria meu lado acadêmico, por estar pelo
menos tentando alguma porra.
Eu atual, visto como eu era como criança, orgulho-me e
admiro-me. Visto como eu era quando adolescente, sinto um pouco de vergonha,
pelas idiotices típicas desta fase, e ao mesmo tempo também sinto orgulho.
Mudei como todos mudam. Evoluí, eu acho, se para melhor,
depende muito do ponto de vista.
Postado por Thami