terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Querido Deus

Não peço nenhuma manifestação exporádica, nem nenhuma comprovação da existencia. Tampouco uma revelação onipotente que elimine todas minhas duvidas e conflitos de entendimento. Quero minha racionalidade intacta, por favor; e quanto às minhas duvidas ateísticas, deixe que os sábios estudiosos e profetas as sanem, me guiando por linhas lógicas que meu cérebro compreenda.
Não peço nada que não esteja ao Vosso alcance, recorrendo ao perdão imediato pelo sarcasmo desnecessário; velando pela minha fraqueza espiritual, e temendo pela minha sanidade mental há muito desgasta e pelo meu gênio desafortunado de virtudes, peço uma explicação simples e singular, que apenas eu poderia saber sobre os erros do passado, os erros do presente e, por que não, os erros do futuro.
Minha decadencia como ser humano compreensivel e aceitavel não é de agora. Vem de outros verões os meus devaneios sordidos e depressivos, sempre ensebados de orgulho e depreciação moral. Me ensoberbece a alma a ira, e me consome o espirito a discrepancia das partes, mas em quem colocar a culpa? Sou tão errado quanto as linguas falam? Linguas são os musculos mais compridos no homem, e por muitas vezes afiadas como espadas e venenosas como cascavéis, mas sou eu tão culpado quanto me julgam?
Em que ponto estou certo? Ou não há certo e errado? Não pode haver relativismo em assunto tão próprio. Seria como relativisar a própria existencia do homem em seus defeitos e conspirar contra o mundo. Sou tão cego que não enxergo a mim mesmo, ou o martelo e a bigorna que forjaram o meu carater me criaram belo ao outro e rude, tosco em meu proprio solo? Por que tenho abrigo seguro e confotavel em colchões de palha, empoeirados e desgostosos, e sinto repulsa da minha propria cama?
A bifurcação está posta. Que caminho tomar? O perdão é um caminho estreito, tortuoso. Um espinheiro que não pretendo conhecer antes de alcançar o conhecimento. Uma resposta tida como válida só será considerada quando minha alma sentir paz, e meu espirito sentir-se motivado novamente a trilhar os caminhos, e minha carne sentir-se sarada e novamente disposta a suportar os açoites. Por enquanto, aguardo terna e ansiosamente pela carta-resposta.
Deixarei de Lhe incomodar com minha pequenez altiva e disformidade de contexto, sempre pronto para o serviço, e claro, sempre duvidoso da verdade.
Em nome de Jesus.
Amém.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

2011/2012


Faz algum tempo que sinto vontade de escrever, mas me nego para não reviver os sentimentos daquilo que iria escrever, mas acho que esse é o momento, pois o que aqui vou reviver em memória, são coisas boas, algumas ruins, mas que de alguma forma contribuiu para meu ‘’eu’’ atual.

Este era pra acabar sendo apenas mais um ‘’ultimo post do ano’’ clichê, mas por erros técnicos (problema com a senha do blog), não consegui postar no dia 31. Mas então...

O ano de 2011 não começou muito bem, não tinha passado em nenhum vestibular (o do mato grosso do sul não conta), não tinha conseguido nenhuma bolsa de estudos e não conseguia encontrar um estagio descente. Em Fevereiro tudo mudou com aprovação em um curso ‘’estranho’’ da Unicamp que abriria portas para aquilo que eu mais precisava: faculdade. Com isto o pico da esperança foi ao topo.

Ao longo do ano aprendi que eu não sou tão inteligente o quanto achava, aprendi que talvez não vou ser tão inteligente quanto achei que era. Aprendi que tenho preguiça, muita preguiça, e que talvez seja esta mesma que vá foder com tudo que está por vir.

Queimei-me por colocar a mão no fogo por alguém, conheci pessoas incríveis, terminei um namoro, peguei mais ódio ainda de matemática e física, mas também aprendi um pouco de matemática e física, porém não o suficiente. Gostei ainda mais de biologia, mas também fiquei com medo da mesma. Imaginei-me geóloga. Mudei de planos varias vezes, enterrei sonhos. Fui egoísta, orgulhosa, aceite situações que jamais aceitaria. Achei o máximo comer no bandejão, achei um saco ter que comer todos os dias no bandejão. Criei uma conta universitária. Fui um orgulho pra toda família. Entrei na academia. As coisas pioraram, as coisas pioraram ainda mais. Saí bastante, bebi bastante, dancei bastante. Fui mais eu, liguei o foda-se. Conservei os velhos amigos, fiz novas amizades. Conheci uma pessoa. Fiquei um pouco independente financeiramente. Tive medo de perder pessoas próximas antes de o ano acabar. Quebrei regras, quebrei tabus. Senti raiva, muita raiva, senti amor, muito amor. Melhorei na culinária. Me auto decepcionei. Fiz coisas que não deveria fazer, mas que faria novamente. Menti, colei, fui pega colando, me ferrei. Arrisquei-me bastante. Amei. Fui pedida em namoro, comecei a namorar. Fiz promessas. Distanciei-me de Deus, aproximei-me de Deus. Fiz 18 anos, não comemorei meu aniversário, dei entrada na carta de carro, entrei em um barzinho utilizando meu próprio RG. Conheci-me melhor, entendi-me melhor.

Não quero criar expectativas pra 2012, mas... Que seja melhor!!!

Postado por Thami