No sábado, tinha tudo pra ser bom, ou até mesmo ótimo, já que eu estava com minhas duas melhores amigas.
Nosso destino era o Vila Velha, um barzinho sertanejo que já tínhamos ido antes.
Cheguei à casa da Iza às 7H semi-pronta, já tinha tomado banho e só faltava colocar a roupa que já estava separada, e passar algo no rosto. Tínhamos combinado de sair às 8H, mas às 8H significa no mínimo às 9H. A Nãna não tinha nem tomado banho ainda, ela é a que mais demora pra se arrumar.
A Iza ficou na duvida de qual roupa colocar, e ficamos rimos, contando piadas e segredos até todas estarem prontas pra sair.
Antes de sairmos fomos jantar, a mãe da Iza tinha feito batata frita e hambúrguer, e em uma das piadinhas no meio do jantar me fez engasgar com a água, e comecei a tussir freneticamente, a Iza começou a rir sem parar a Nãna me olhava com cara de nojo afastando o prato de perto de mim. Se dependesse das minhas amigas eu morreria, mas eu amo elas.
Após o jantar foi o ''momento maquiagem'' e logo já saímos em rumo ao nosso destino, eu a Nãna, a Iza e o Felipe.
Chegando ao local às 22h30min, vimos que tinha uma fila pra entrar, e na conversa de fila a Iza disse estar com sono, e eu disse que preferiria estar assistindo um filme de baixo do edredom e comendo brigadeiro. Velhas, que horror, quem são essas? nós? Não mesmo.
Estava lotado, muito lotado. O pessoal pediu as bebidas e pegamos uma mesa. Parecia que eu estava prevendo que não ia curtir aquela noite.
Caras chatos e embriagados chegavam pra conversar, mas eu realmente não estava com saco pra eles, estava totalmente intolerante, e minhas amigas também, mas acho que eu estava pior.
Um cara de blusa vermelha, pele clara, cabelos pretos, até que bem bonito, veio conversar, e esse não estava embriagado, mas não, eu realmente não estava nem um pouco a fim de ouvir o que ele tinha a dizer, e muito menos dizer algo. ''Tchau, vou fumar'' foi o que eu disse enquanto ele dava uma pausa da fala que explicava o que ele fazia.
- Você fuma?
- Não, mas vou fumar. Tchau
Na área de fumantes, fumando passivamente e conversando com as meninas, resolvemos que deveríamos ir embora, já que aquele lugar estava um porre, e não era só eu que estava achando.
Pagamos a conta, e 2H já estávamos pra fora do barzinho, em plena noite de sábado. Ainda era cedo...
No caminho comentamos que não estávamos nos reconhecendo. Porque não curtimos a noite?
A Iza alegou que o lugar estava muito cheio, a Nãna alegou o mesmo, que mal dava pra se mexer, quanto mais dançar, eu... Ah eu sei exatamente o porquê de não ter curtido...
Dividi a cama de casal com a Iza, e antes de dormirmos conversamos sobre as coisas da vida e sobre aquilo que atormentava minha mente, que é bom e ruim ao mesmo tempo.
Tinha tudo pra ser bom, ou até mesmo ótimo, já que eu estava com minhas duas melhores amigas...
Postado por Thami
terça-feira, 19 de julho de 2011
Saudade
Sentado em minha mesa, com o papel e a caneta à minha frente, uma caneca de café esfumaçando e enchendo o ambiente com seu perfume. Está escuro no quarto. Apenas uma luminaria me mostra o que devo fazer. Chove la fora. Uma chuva fina, gélida, e o vento atormenta minha janela. Seu sussurro medonho assola as persianas. É inverno. A temperatura é tão baixa, que sinto meus ossos endurecerem. As blusas e panos que me envolvem não são suficientes, mas o café quente me basta.
O papel me encara. Sua face branca e lisa me intimida. Nada mais é como antes. Sei exatamente o que fazer. Sei exatamente como fazer. Mas me falta algo. Minha cabeça se distancia cada vez mais da realidade e se afasta gradativamente daquele papel. Minha mente começa a vagar por terras desconhecidas, habitadas apenas por lembranças mortas. Não me sinto mais vivo para escrever sobre a vida. Até que, inesperadamente, meus pensamentos se esbarram em um sentimento. Saudade. Vejo uma mão segurando a minha. Vejo passos. Vejo o mar.
Instintivamente minha mão avança sobre a caneta e começa a percorrer sobre o papel. Ainda preso na minha mente, escrevendo involuntariamente sobre minhas divagações, vejo uma mulher. Sua pele morena, lisa. Me envolve com seus braços enquanto sussurra em meu ouvido com seus labios grossos e quentes. Sinto seu cheiro mais forte que o café. Seus cabelos enrolados se soltam por cima dos ombros, e o castanho mel dos seus olhos me fitam profundamente.
Sua boca se move suavemente enquanto fala. Seus olhos brilham. Parece um anjo. Seu sorriso me fascina. Gracioso. Perfeito. Me encanta enquanto seguro sua cintura fina. Seus braços ao redor de mim me aquecem. Me conta sobre seus planos, sobre seus sonhos, enquanto nossos espiritos dançam no silencio de nossos corpos. Me sobe um arrepio pela espinha. Sinto nossos corações acelerados. Sinto seu corpo arrepiar, e tremer enquanto seus olhos se fecham lentamente, e nossos labios se encontram.
Quente. Um formigamento me sobe as pernas, e um desejo de que aquele momento dure por toda eternidade. Um beijo. Nosso corpo preso um ao outro, entrelaçados em um abraço infinito. Seu halito fresco me desperta desejo. Minhas mãos passeiam por suas costas, enquanto seus braços me seguram forte. Um beijo longo, demorado. Extase. Sua boca desprende-se da minha, e corre para meus ouvidos e, num sussurro, me tira do meu estado de sobriedade. Uma declaração, três singelas palavras, ditas num cochicho que veio do fundo da alma. Eu te amo. Suas palavras ecoam na minha mente, dançam à minha volta. Tudo tão perfeito. Tudo apenas uma lembrança.
E assim, a imagem vai se dissolvendo e vou voltando para a penumbra de onde sai. O seu cheiro vai se dissipando, dando espaço ao amargor do café. Sua voz se torna um eco abafado e some no tilintar da chuva. Seu toque suave e seus braços se transformam no peso dos meus casacos. Cá estou eu, sentado novamente na minha escrivaninha, sozinho, tomando meu café e ouvindo a chuva bater na janela. Sinto uma angustia conhecida de muitos carnavais. Uma dor sorrateira que permeia minha alma. Uma velha companheira. A saudade.
A tristeza para o poeta. A saudade para o amante. Assim contemplo o papel escrito à minha frente. Sozinho, envolto em devaneios, lembrando bons momentos e desejando-os de volta, e esperando desesperadamente para tê-la de volta.
Eu te amo... ainda posso escutar bem proximo de mim.
O papel me encara. Sua face branca e lisa me intimida. Nada mais é como antes. Sei exatamente o que fazer. Sei exatamente como fazer. Mas me falta algo. Minha cabeça se distancia cada vez mais da realidade e se afasta gradativamente daquele papel. Minha mente começa a vagar por terras desconhecidas, habitadas apenas por lembranças mortas. Não me sinto mais vivo para escrever sobre a vida. Até que, inesperadamente, meus pensamentos se esbarram em um sentimento. Saudade. Vejo uma mão segurando a minha. Vejo passos. Vejo o mar.
Instintivamente minha mão avança sobre a caneta e começa a percorrer sobre o papel. Ainda preso na minha mente, escrevendo involuntariamente sobre minhas divagações, vejo uma mulher. Sua pele morena, lisa. Me envolve com seus braços enquanto sussurra em meu ouvido com seus labios grossos e quentes. Sinto seu cheiro mais forte que o café. Seus cabelos enrolados se soltam por cima dos ombros, e o castanho mel dos seus olhos me fitam profundamente.
Sua boca se move suavemente enquanto fala. Seus olhos brilham. Parece um anjo. Seu sorriso me fascina. Gracioso. Perfeito. Me encanta enquanto seguro sua cintura fina. Seus braços ao redor de mim me aquecem. Me conta sobre seus planos, sobre seus sonhos, enquanto nossos espiritos dançam no silencio de nossos corpos. Me sobe um arrepio pela espinha. Sinto nossos corações acelerados. Sinto seu corpo arrepiar, e tremer enquanto seus olhos se fecham lentamente, e nossos labios se encontram.
Quente. Um formigamento me sobe as pernas, e um desejo de que aquele momento dure por toda eternidade. Um beijo. Nosso corpo preso um ao outro, entrelaçados em um abraço infinito. Seu halito fresco me desperta desejo. Minhas mãos passeiam por suas costas, enquanto seus braços me seguram forte. Um beijo longo, demorado. Extase. Sua boca desprende-se da minha, e corre para meus ouvidos e, num sussurro, me tira do meu estado de sobriedade. Uma declaração, três singelas palavras, ditas num cochicho que veio do fundo da alma. Eu te amo. Suas palavras ecoam na minha mente, dançam à minha volta. Tudo tão perfeito. Tudo apenas uma lembrança.
E assim, a imagem vai se dissolvendo e vou voltando para a penumbra de onde sai. O seu cheiro vai se dissipando, dando espaço ao amargor do café. Sua voz se torna um eco abafado e some no tilintar da chuva. Seu toque suave e seus braços se transformam no peso dos meus casacos. Cá estou eu, sentado novamente na minha escrivaninha, sozinho, tomando meu café e ouvindo a chuva bater na janela. Sinto uma angustia conhecida de muitos carnavais. Uma dor sorrateira que permeia minha alma. Uma velha companheira. A saudade.
A tristeza para o poeta. A saudade para o amante. Assim contemplo o papel escrito à minha frente. Sozinho, envolto em devaneios, lembrando bons momentos e desejando-os de volta, e esperando desesperadamente para tê-la de volta.
Eu te amo... ainda posso escutar bem proximo de mim.
Assinar:
Postagens (Atom)