Sexta, 01 de Outubro (já é Outubro... meu Deus como o tempo passa) de 2010. Cheguei em casa da faculdade faltando dois minutos para virar sabado. De sexta para sabado fui me deitar às 2 e pouco da matina, arrumando minhas tralhas da faculdade. Devo ter começado a dormir la pelas 2:30, 2:40, pois não consigo deitar e dormir instantaneamente. Sempre fico olhando pro teto pensando que minha semana foi um lixo, e que meu fim de semana seria um lixo tambem. Depois fico virando na cama até que durmo.
Sábado, 02 de Outubro de 2010. 7:00 o despertador me acorda. Chovia. E forte. Desanimo. Mas ta tudo bem. A chuva passa depois. Peguei minha toalha e me dirigi pro banheiro. Um banho quente e meu sono se foi. Parcialmente se foi. Voltei para o meu quarto, me troquei. Peguei meu violão, guardei na capa, coloquei as cordas novas no bolso da capa (a tarde eu ia trocar, e no fim as cordas velhas estão la até agora), peguei meu HD (com meus 20Gb de musicas), separei uma roupa, coloquei na mochila, e desci para tomar café. Fiz meu café, e matei de vez a vontade de voltar pra cama. Retornei para o meu quarto para escovar os dentes, e me olhei no espelho.
Olheiras que eram quase bolsas. Olhos fundos. Vermelhos. Barba grande. Enxi a pia com agua quente, e me dispus a fazer a barba às 7:36. Me cortei. Óbvio. Morrendo de sono, de dor nas costas e na cabeça, é mais do que óbvio que eu ia me cortar. 7:48 eu ja tava de cara limpa, dentes escovados, pronto. 8:00 eu tava arrumando meu quarto, dobrando coberta, dobrando minha roupa, colocando a roupa suja (que geralmente fica atras da porta) no cesto, e guardando a roupa que não tava suja (que geralmente fica jogada em cima da cadeira).
8:15 eu sai de casa carregando minha mochila. A chuva tinha aumentado. 8:30 eu peguei onibus. Fui em pé, no meio de um monte de peão. 9:15, Campinas. Eu tava descendo no ponto. Ainda chovia. Não tava forte, mas tava chovendo. Caminhei não sei por quantos metros. Foi bastante. Meu tenis tava enxarcado. Cheio de barro. Minha blusa tambem. Quando o gorro começou a molhar demais, tirei e meu cabelo (acreditem) enxarcou. 9:37, eu cheguei aonde tinha que chegar: na casa da minha namorada. Me perguntei se valia a pena tudo aquilo. O cansaço me doia os ossos, até que ela me abriu a porta.
Pergunta respondida. Vale. 100%. Não importava mais o cansaço, não importava mais a dor de cabeça. Não importava mais nada. Ali, deitado no sofá, quieto, molhado, abraçado com ela, sem mais nada pra fazer, sem ninguem incomodar, não me importava com mais nada. Vale a pena, cada segundo, cada toque. Qualquer coisa não pagaria aquela sensação. Paz. Conversas que não passavam de sussurros, que não precisavam ser mais do que sussurros. Entre nós não há ninguem. Não há nada. Só uma necessidade recíproca um do outro. Eu sei, e, a cada vez que tenho esses momentos, fica mais forte, que é ela, e que é com ela que eu vou passar o resto da minha vida, nos piores momentos, e nos melhores.
O tempo passa rapido. E é ruim saber disso. E o pior: é saber que o tempo passa rapido, e que o tempo passa mais rapido quando se esta com quem se quer, e que nunca haverá tempo suficiente pra aquele a quem se quer.
Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho,
Não o grites de cima dos telhados...
Deixa em paz os passarinhos,
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
Enfim,
Tem de ser bem devagarinho, Amada,
Que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
- Mário Quintana.
Obrigado pelos 2 melhores anos da minha vida.
Dedicado à unica pessoa que
não se importa comigo. À unica pessoa que quer me
matar. À unica pessoa que me
odeia.
Eu te amo Graziele Esquivel.