sábado, 20 de abril de 2013

Let's make this fleeting moment last forever

Nós deitamos no gramado próximo ao planetário, após ver a programação do mesmo, numa sexta à tarde.
- Sempre ouvimos falar do sistema solar, mas e o sistema lunar?
-..., o sistema lunar? Ahahahah
- É, porque pouco é falado dele, tipo, quais serão os planetas do sistema lunar?
- Ahahaha, puta que pariu.
A calça que me esquentava cada vez mais com o calor de 26° C protegia minhas pernas de pinicar por causa do gramado mal cortado.
Dormimos um pouco, ou melhor, cochilamos, com minha perna presa á sua e sua cabeça sobre meu peito. Fomos acordados por uma mosca varejeira.
- Mas e se for muitas moscas varejeiras, então como será o nome dela?
- Atacadeira!
- Ah sim, realmente, faz todo sentido.
- É, porque varejeira é quando é uma só, mas quando são muitas, é atacadeira.
Acho que só dormindo mesmo para evitar o excesso de babaquice.


Postado por Thami

Um pequeno continho

Escrevi a tinta, azul, sobre você no papel branco sem linhas e nenhuma margem.
Fiz dele um avião, em dobraduras. Um avião de papel.
As primeiras dobraduras não deram certo, então no avião ficaram algumas marcas. Marcas do erro, por não saber exatamente de que modo a dobradura traria um bom avião de papel.
Mas ele não ira viajar todos sete mares, nem todos os cinco continentes e tampouco ira chegar até você.
Talvez ele não passe nem da janela do meu próprio quarto.

Postado por Thami

terça-feira, 9 de abril de 2013

Coisas de criança, coisas de adulto


Ele era um pouco maior que eu, uns dois anos mais velho, pele morena, cabelo crespo, passado na maquina um, bem baixinho. Esse foi Pedrinho, meu namorado imaginário que tive com 4/5 anos de idade.
Ele era sempre presente, estava sempre comigo durante as tarde. Tínhamos uma filha, chamada de filha mesmo (a boneca não tinha nome).
Nós íamos passear no bosque enquanto seu lobo não vinha, íamos comer no Mc Donald’s do shopping, brincávamos no balanço e conversávamos na varanda do meu quarto.
O Pedrinho não era o tipo de menino que me atraia, e eu sabia disso. Eu não o achava bonito, e ele era bem quieto. O que mais me soa estranho, atualmente quando me lembro dele, é que eu poderia muda-lo a qualquer hora, já que ele era parte da minha imaginação, mas eu o mantinha da mesma forma.
Não sei por quanto tempo namoramos, e nem como nos conhecemos. Minha mãe sabe mais dele do que eu, já que eu contava tudo para ela sobre ele.
Ele simplesmente sumiu da minha vida, de um dia para o outro, e também não me recordo como foi nossa ultima tarde junto.
Já ouvi várias historias de pessoas que tivessem tido amigos imaginários na infância. Eu, não tive um amigo, mas tive um namorado, e nunca soube de outra criança que também tivesse tido.
Um pouco mais tarde, com uns 8 anos de idade, comecei a criar outro personagem. Mas dessa vez eu não participava da historia, apenas vivia, todos os dias, o meu personagem imaginário, em uma vida paralela a minha.
Esse personagem não parou de existir como o Pedrinho, mas ele mudou bastante no decorrer dos anos, e atualmente, em meio de meus quase 20 anos, ele ainda existe, no escuro do meu consciente.
Ele não é meu amigo, nem meu namorado. Ele nem me conhece, nem sabe que eu existo. Já tive umas participações na vida dele, mas foi como figurante.
Portanto, eu não dou vida para ele todos os dias, como á alguns anos atrás, pela correria do dia a dia, e por ter outras coisas melhores para fazer. Talvez isto seja um amadurecimento, e este ira desaparecer assim como o Pedrinho, e vou substituí-lo com coisas chatas da vida. Coisas de adulto.

Postado por Thami