quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Eu perdi as chaves


Olá, tudo bem?

Então, eu gostaria de pedir minhas borboletas de volta. Aquelas que apareciam no meu estomago, e que você levou-as embora.
Como se não bastasse simplesmente ir, você se achou no direito de levar consigo minhas borboletas, e isso eu não lhe perdoo. Perdoo-lhe por ter partido, mas não por ter as levada contigo.
Seria muito pedi-las de volta? Seria difícil recupera-las?
Eu poderia lhe processar por isso?
Caso você as devolva, gostaria de pedir também minhas outras palavras. Aquelas que não são sobre você, que por coincidência, foi voando junto com as borboletas.
Às vezes sinto que estou perto de recuperar ambos. Um perto que vai se afastando quando estou chegando.

Às vezes sinto que não sinto.
Espero seu feedback.

Obrigada pela atenção.


Postado por Thami 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

À 240 mil milhas da lua


Estava andando pela rua quando lhe avistei. Você entrou pela minha porta, mas um dia saiu, assim como entrou.
Agora sou uma borboleta no aquário. Este aquário cheio de pedras.
Sou um peixe fora d’água, no asfalto quente.
Sou um tigre na Marginal tiete de São Paulo, cercado por carros, pessoas e poluição.
Sou um poodle na floresta fria e úmida.
Sou um camelo na Antártida, derrapando no gelo gelado.
Mas acima de tudo sou um pinguim no deserto do Saara tendo as miragens mais legais e divertidas que poderia ter.
A maior parte do que eu lembro me faz certo de que eu deveria ter impedido você de sair pela porta. Mas se eu tivesse feito isso, eu teria você sem você. Teria um nós sem nós, e um eu sem eu.
Eu não consigo nem ao menos sofrer, porque sofrer seria menos do que isso que sinto. Não consigo nem sofrer, nem sofrer.


Postado por Thami